Prof. Jerri Almeida
Texto para o 5º Semestre
Após o golpe militar que acabou com monarquia, o Brasil mudava sua forma de governo e se transformava uma República. Uma nova bandeira foi criada para substituir a antiga bandeira do Império. O lema da bandeira nacional: “Ordem e Progresso” veio da filosofia positivista do francês Augusto Comte, que pregava que o progresso somente pode ser atingido através da ordem.
Em 1891 foi estabelecida uma nova Constituição para o Brasil. Ela estabelecia, entre outras coisas:
Como forma de governo – o Brasil adotava a República e seus agentes políticos (presidente, governador, prefeito, deputados, senadores, vereadores) exerceriam mandatos por tempo limitado e seriam eleitos pelos cidadãos;
A forma de Estado – o Brasil adotava o “federalismo”, isto é, os estados teriam liberdade para eleger governador e deputados. Cada estado teria sua Constituição própria, que, entretanto, não poderia contrariar as normas da Constituição Federal;
Sistema de Governo – o Brasil adotava como sistema de governo o presidencialismo, ou seja, o presidente da república exerceria o poder executivo máximo, sendo auxiliado por ministros.
![Ocorreu na
época do
Império](file:///C:/Users/JERRIA%7E1/AppData/Local/Temp/msohtmlclip1/01/clip_image003.gif)
Naquela época não existia também uma “justiça eleitoral”, como existe hoje, para fiscalizar as eleições. Sem um controle sério sobre as eleições, o processo eleitoral sofria as mais diversas fraudes: havia pessoas que votavam com o nome de outras pessoas que já haviam morrido; pessoas que votavam duas vezes, etc. O controle do processo eleitoral estava, portanto, nas mãos das elites dominantes.
Foi nessa época, também que o casamento passou a ser feito por um juiz, num cartório e passou a ser considerado o único legitimamente reconhecido. Assim, o casamento oficial deixou de ser feito na igreja para se realizar no cartório. Houve uma separação entre a Igreja e o Estado e, com isso, o catolicismo deixou de ser a religião oficial do Estado Brasileiro.
No período da República Velha, o chamado “coronelismo” existiu em diversas partes do Brasil, do Nordeste ao Rio Grande do Sul, só que de maneira diferente. De forma geral, podemos considerar por coronelismo o poder local dos grandes fazendeiros. O coronel, caracterizado pelo prestígio e poder de mando, era o chefe político local ou regional, geralmente um latifundiário, cujo poder era maior ou menor de acordo com o número de votos por ele controlado para assegurar nas eleições a vitória dos seus candidatos. .
Geralmente, o coronel exercia uma série de funções que o fazem temido e obedecido. Ele dispensava favores para seus empregados e conhecidos, ajudando doentes, arrumando empregos, apadrinhando os filhos de amigos e serviçais. Aos familiares e amigos ele distribuía empregos públicos, emprestava dinheiro, protegia-os da polícia e de inimigos políticos. Todos esses “favores”, no entanto, eram devidamente “cobrados” em época de eleições, quando o fazendeiro exigia o apoio para seus candidatos políticos.
O famoso “voto de cabresto” era outra tática usada pelos grandes proprietários rurais. Tratava-se de pressionar ou coagir o eleitor a votar em determinado candidato utilizando-se, para isso, dos seus jagunços e, até mesmo, de matadores profissionais para intimidá-lo.
Do pondo de vista econômico, o grande produto de exportação foi o café. O segundo produto foi a borracha da Amazônia, superando o açúcar. Era grande a compra desse produto pelos países mais desenvolvidos, principalmente, após a invenção da bicicleta com pneus de borracha, e, depois, com o surgimento do automóvel.
No nível federal, a República Velha manteve, por um bom tempo, a chamada “política do café-com-leite”. Essa política se caracterizou pela liderança dos chefes políticos do Partido Republicano Paulista e do Partido Republicano Mineiro, e resultou, entre outras coisas, num revezamento de presidentes paulistas e mineiros até 1930. Na prática, a política do café-com-leite foi um acordo entre os grupos políticos de São Paulo (que produzia café) e Minas Gerais (que produzia leite) para um apoio mútuo em época de eleição para presidente. Nessa época esses dois estados (SP-MG) possuíam a maior quantidade de eleitores do país, de forma que eles, juntos, podiam decidir as eleições. Em uma época, Minas indicava o seu candidato e São Paulo o apoiava. Quando seu mandato terminava, era a vez de São Paulo indicar o seu candidato, e Minas o apoiava.
Na prática, nessa época não havia efetivamente uma “democracia”, pois a população mais pobre era facilmente manipulada pela classe mais abastada. Mas isso não significa que o povo brasileiro era passivo diante da exploração. Durante a República Velha houve várias revoltas populares contra o governo. Uma das mais significativas foi o movimento messiânico de Canudos, no sertão do nordeste, sob a liderança do beato Antônio Conselheiro. Seu propósito era reunir o povo pobre e oprimido numa grande comunidade independente do governo republicano. Conselheiro era monarquista e defendia a volta do antigo regime. Reuniu um grande número de seguidores, fundando no interior da Bahia, o arraial de Belo Monte, ou Canudos. Lá, os sertanejos construíram suas casas e não pagavam impostos ao governo. Rapidamente a população cresceu. Calcula-se que lá viveram entre 20 a 30 mil pessoas. Tudo isso desagradou, tanto a Igreja Católica, como os grandes fazendeiros e o próprio governo republicano, que, finalmente, empreendeu uma grande marcha contra Canudos. Após vários conbates, a cidade foi totalmente destruída, e Antônio Conselheiro foi morto.
No final dos anos 20, uma crise política entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, definiu novas configurações para as eleições presidenciais, em 1929. O candidato vencedor representava os interesses das velhas estruturas agrárias, sobretudo de São Paulo. O grupo perdedor, da Aliança Liberal, que reunia os estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, não aceita o resultado e, com o apoio de parte dos Tenentes do exército, faz uma revolução armada e depõe o então presidente Washington Luiz. A revolução cresce no Brasil, e os militares, após alguns dias no comando do país, entregam a presidência da república ao chefe da revolução: Getúlio Vargas.
A revolução de 1930 representou uma ruptura com as oligarquias agrárias iniciando um novo projeto de desenvolvimento para o país, centrado numa idéia urbano-industrial, comandada por Vargas. Getúlio, portanto, assume como presidente do Brasil através de uma revolução, e permanecerá no poder executivo federal por quinze anos diretos. Por isso, o período entre 1930 a 1945 foi denominado: “Era Vargas.”
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